Terras

  • TI Kraholândia (TO), Krahô, população de 2.600 índios em 11 aldeias e 15 moradas(CTI/2010). Esta TI tem 302.533 ha, demarcada em 1944, pelo Governo do Estado do então Goiás, após o massacre na aldeia da Cabeceira Grossa que resultou na morte de mais de 20 índios e cujo processo de regularização foi concluído pela Funai em 1992. Os Krahô possuem demandas por revisão de limites de seu território.
  • TI Apinayé (TO), Apinajé, população de 1641 índios em 15 aldeias/moradas (CTI 2010). Esta TI tem 141.904 hectares demarcados em 1985 em um processo de auto demarcação com a
    participação dos demais povos Timbira, com a paralisação da rodovia Transamazônica e com a aldeia do Cocalinho queimada por fazendeiro local. O reconhecimento desta TI se deu no então Grupo de Trabalho Ministerial e a revelia da Funai, por não incluir na área a ser demarcada parte do território de ocupação tradicional, a região do Gameleira e Mumbuca. Logo após a demarcação, os Apinajé sofrem uma retaliação dentro da delegacia de polícia de Tocantinópolis que resultou na morte de 1 jovem e no ferimento a bala de mais outros 2 velhos. Os indígenas ainda reivindicam esta área ao sul de seu território, que não foi contemplada na primeira identificação. O processo Apinayé II foi aberto pela Funai na década de 1990, mas não teve continuidade. Atualmente o pleito dos Apinajé está registrado e aguarda encaminhamentos. 
  • TI Krikati (MA), Krikati, população de 993 índios em 2 aldeias (CTI/2010). Existe também 01 aldeia Guajajara com 43 pessoas. Esta TI tem 144.775 ha, com portaria de reconhecimento de 1992, após um período de mais de 15 anos de diversas propostas por parte da Funai e de um longo processo judicial movido pelos fazendeiros e políticos locais. A demarcação física é iniciada em agosto de 1993 após a paralisação pelos Krikati da estrada que liga Montes Altos a Sítio Novo e a ameaça que fizeram de atear fogo na linha de Transmissão da Eletronorte que atravessa seu território. Mas uma sucessão de eventos inviabilizam os trabalhos demarcatórios: a ameaça dos políticos locais e do bispo de Grajaú ao acampamento do Exército,contratado para realizar os trabalhos de demarcação física, policiais federais tomados como reféns, funcionários da Funai presos e ameaçados de morte. A crise culmina com o assassinato do índio Manoel Mendes, baleado na cabeça quando ia para a roça. Em 1997 os Krikati cansados de esperar pela demarcação, cumprem a ameaça e colocam fogo na linha da Eletronorte. A Procuradoria Geral da República, por solicitação do CTI e dos Krikati entram com um mandato contra a Funai, obrigando-a a demarcar a área delimitada em 1992. Em 1999, o Ministro da Justiça Renan Calheiros, determina a redefinição da linha divisória oeste da TI Krikati, reduzindo a área em 20.000 ha. Neste mesmo ano o Ministério Público Federal promove uma ação civil contra a União e contra a Funai , objetivando a nulidade do ato administrativo do Ministro da Justiça. A demarcação somente é concluída em 2002 e a terra homologada em 2004. Mas a TI Krikati, após 18 anos da portaria declaratória, continua invadida, abrigando famílias que aguardam a indenização para saírem da área, pois o processo de desintrusão ainda está em andamento.
  • TI Kanela, (MA) Ramkôkamekra, população de 2113 índios e 1 aldeia (CTI/2010) foi demarcada no âmbito do Convênio FUNAI-RADAM após o ataque em 1963 por criadores de gado à aldeia do Ponto e a morte de vários índios. Em decorrência da ameaça o SPI organizou a transferência dos Ramkôkamekra para uma aldeia Guajajara,onde permaneceram até 1969, quando retornaram gradativamente a seu antigo território. Em 1971 teve início o processo de demarcação da TI Kanela com 125.212 ha, homologada em 1982. No momento está em curso na Funai o processo para revisão de limites.
  • TI Governador (MA), Gavião-Pykobjê, população de 863 índios em 06 aldeias (CTI/2010). Este território é compartilhado com mais 03 aldeias Guajajara com população de 381 pessoas (FUNASA, 2010). Foi demarcada com 42.644 ha em 1977 no âmbito do Convênio FUNAI-RADAM , após o ataque sofrido em 1976 quando uma de suas aldeias foi totalmente incendiada. Com a aceleração da ocupação da parcela de seus territórios não demarcados, os Gavião vêm pleiteando a revisão de seus limites. Esta foi a principal exigência feita pelos índios nas negociações para a Barragem de Estreito.   A ocupação da região foi acelerada a partir da década de 1990, com a implantação de vários assentamentos do Incra e do Interma na área de ocupação tradicional e pleiteada pelos Gavião Pykobjê, o que sem dúvida será um agravante para revisão de limites desta TI, para o qual a Funai, em 2008, iniciou processo. 
  • TI Porquinhos (MA), Apãniekra, população de 682 pessoas em 01 aldeia (CTI/2010); a primeira demarcação foi no final da década de 1970, no âmbito do Convênio Funai-Radam, com 79.520 ha e que não considerou parte de seu território de ocupação tradicional, principalmente a região da antiga aldeia Chinela, incendiada em 1913, quando foram executados cerca de 50 Timbira Em 2003 passou por estudos de revisão de limites e atualmente conta com 301.000 ha.
  • TI Geralda Toco Preto, Krepynkatejê, a menor das terras indígenas regularizadas deste estado é a com pouco mais de 18 mil hectares, homologada em 1994.
  • TI Mãe Maria (PA), com 62.488 hectares foi regularizada na década de 1980. Os Gavião Parakateje somam 582 pessoas (FUNASA, 2010). Na década de 1970 chegaram a perder 70% da população. A TI é cortada por uma linha de transmissão da Eletronorte e também pela Estrada de Ferro Carajás, além de rodovias estaduais. Há um subgrupo Gavião que reivindica, também, um território próprio.

O povo Krenyê (MA), desde que foi retirado de sua área tradicional na década de 1930, não teve acesso a uma terra para usufruto exclusivo. Este povo chegou a ser considerado extinto, mas mesmo com todas as dificuldades, ainda consegue, por meio dos mais velhos, manter sua língua. Ao longo dos últimos 70 anos, os indígenas moraram em diferentes terras, a maioria delas de habitação Guajajara. Em 2009, foram expulsos da TI Rodeador e desde então residem na periferia da cidade de Barra do Corda, em situação precária de sobrevivência. Reivindicam um território para uso exclusivo.